A notícia de que Tiririca foi escolhido para integrar a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados tem dado o que falar, muita gente indignada e que considera isso uma palhaçada. Sinceramente, não vejo o que há de preocupante nisso, é o fato dele são ser bem alfabetizado que o torna incapaz de atuar em benefício da educação e da cultura? Se é isso mesmo, então, não entendo também porque a educação tem piorado tanto nas mão de tantos outros personagens extremamente qualificados.
Em um pais que tem por realidade uma péssima qualidade de ensino público, que incapaz de providenciar igualdade de direito de educação, é exigir demais que seus representantes tenham todos um nível de educação exemplar, até o exemplar exigido é deturpado.
Participação da vida política não pode ser determinada com exclusão funcional, ela pode ser dificultada e fazemos isso muito bem. É uma falsidade dizer que o voto é nossa maneira mais efetiva de representação. Por exemplo, um heterossexual pode muito bem assumir compromissos para com os direitos do homossexual mas não o faz tão frequentemente, a representação de homossexuais por indíviduos homossexuais é uma necessária realidade aos direitos, achamos no entanto que pobres ou indivíduos com educação precária devem ser representados por outros que conheçam suas necessidades, ou seja: uma minoria pode se representar, mas uma maioria deve ser representada por uma minoria? Não... deve ter alguma coisa errada nesta lógica, não pensamos assim... pensamos?
Sou a favor de favelados, professores de rede pública, analfabetos, ambulantes de ônibus e mendigos, e tantos outros miseráveis não apenas votarem apenas um ano ou outro no mês de outubro. É muito pretencioso achar que individuos que nunca dependeram de políticas pública de educação terão interesse em tornar a educação eficaz, e isso não quer dizer que um interlocutor diferente solucione todos os problemas, inclusive pode também não fazer nada, mas ao menos faz evidente os preconceitos que parte da sociedade olha para notícias como essa.
26 fevereiro 2011
Elogio do Amor
"Amor choque, amor loucura, amor incomensurável, amor ardência... Tentar falar dele parece-me diversamente mas não menos terrivelmente e deliciosamente embriagador que vivê-lo. Ridículo? Louco, talvez. O risco de um discurso de amor, de um discurso amoroso, provém sem dúvida principalmente da incerteza de seu objeto. Na verdade, do que se está falando?(...)"
Julia Kristeva.
21 fevereiro 2011
Eu sou apenas um rapaz latino americano
Considero fantástica toda obra de Belchior, é alguém pouco compreendido. Autor de "Como Nossos Pais", música que tal como a "Eu sou apenas um rapaz latino americano" tem sua crítica a Caetano Veloso e a turma da tropicalia. A música dele fala, não é preciso falar dela.
Eu sou apenas um rapaz latino americano
Eu sou apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no banco
Sem parentes importantes e vindo do interior
Mas trago na cabeça uma canção do rádio
Em que um antigo compositor baiano me dizia
Tudo é divino, tudo é maravilhoso
Tenho ouvido muitos discos, conversando com pessoas
Caminhado o meu caminho, papo o som dentro da noite
E não tenho um amigo sequer que ainda acredite nisso não
Tudo muda, e com toda a razão
Eu sou apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no banco
Sem parentes importantes e vindo do interior
Mas sei que tudo é proibido, aliás, eu queria dizer que tudo é permitido
Até beijar você no escuro do cinema quando ninguém nos vê
Não me peça que eu lhe faça uma canção como se deve
Correta, branca, suave, muito limpa, muito leve
Som, palavras são navalhas e eu não posso cantar como convém
Sem querer ferir ninguém
Mas não se preocupe, meu amigo com os horrores que eu lhe digo
Isso é somente uma canção
A vida realmente é diferente quer dizer, ao vivo é muito pior
Eu sou apenas um rapaz latino americano, sem dinheiro no banco
Por favor não saque a arma no saloon, eu sou apenas um cantor
Mas se depois de cantar você ainda quiser me atirar
Mate-me logo à tarde, às três que à noite eu tenho compromisso
E não posso faltar por causa de você
Eu sou apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no banco
Sem parentes importantes e vindo do interior
Mas sei, sei que nada é divino
Nada, nada é maravilhoso
Nada, nada é secreto
Nada, nada é misterioso não
19 fevereiro 2011
Ser mulher
Os homens não nos entendem. Eles dizem que nós somos difíceis de entender - e isso é uma verdade - mas nem compreendem esta afirmação que fazem. Sim, somos difíceis de entender e é parte de nosso mistério, repousa na alma de cada mulher um pouco de poesia. Poesia é inspiração, é desejo que recria a realidade e modifica suas razões, nela não se quer o óbvio e as palavras que preenchem as lacunas em branco exigem labor.
Palavras não são apenas palavras, não para nós mulheres, elas também dependem de quem as fala ou escreve, dependem daquilo que sentimos, daquilo que queremos, depende de nosso êxtase: por vezes, até mesmo as palavras mais sujas podem nos ser palavras belas, nem sempre nos é o puro e simples elogio que nos agrada, está na profusão de nossos sentidos transbordarmos, não nos satisfazemos na quietude. Gostamos de novas descobertas, descobertas que nos faça existir não como coisa, mas existir como um ser fenomenal que não merece o esquecimento de todos os mistérios sido descobertos.
Não posso definir o que é ser mulher. Não posso e não quero! Talvez seja nisso que os homens erram em tentar nos entender, por achar que podem ser homens a nos definir por mulheres. Ser mulher, não sinto como oposição e sim por uma diferença, é ter a possibilidade de transitar para fora de uma regra e ter liberdade.
Não conheço forma de ser mulher, simplesmente sou. Por vezes é certo que somos pressionadas a nos expressarmos em algo que se acredita por ser mulher, mas não passa de uma tentativa artificial de nos prender em esteriótipos, tentativa de tratar a fotografia de uma paisagem como realidade de todo um mundo.
Se na mulher existe tão vasta riqueza, que não possível enumerar, é apenas porque permitimos a vida e sua experiência elaborar o nossa forma de existir, ainda temos a liberdade de poder sonhar.
Palavras não são apenas palavras, não para nós mulheres, elas também dependem de quem as fala ou escreve, dependem daquilo que sentimos, daquilo que queremos, depende de nosso êxtase: por vezes, até mesmo as palavras mais sujas podem nos ser palavras belas, nem sempre nos é o puro e simples elogio que nos agrada, está na profusão de nossos sentidos transbordarmos, não nos satisfazemos na quietude. Gostamos de novas descobertas, descobertas que nos faça existir não como coisa, mas existir como um ser fenomenal que não merece o esquecimento de todos os mistérios sido descobertos.
Não posso definir o que é ser mulher. Não posso e não quero! Talvez seja nisso que os homens erram em tentar nos entender, por achar que podem ser homens a nos definir por mulheres. Ser mulher, não sinto como oposição e sim por uma diferença, é ter a possibilidade de transitar para fora de uma regra e ter liberdade.
Não conheço forma de ser mulher, simplesmente sou. Por vezes é certo que somos pressionadas a nos expressarmos em algo que se acredita por ser mulher, mas não passa de uma tentativa artificial de nos prender em esteriótipos, tentativa de tratar a fotografia de uma paisagem como realidade de todo um mundo.
Se na mulher existe tão vasta riqueza, que não possível enumerar, é apenas porque permitimos a vida e sua experiência elaborar o nossa forma de existir, ainda temos a liberdade de poder sonhar.
17 fevereiro 2011
Eu e outro
Não são apenas os outros que não nos entendem, talvez seja fácil e aliviante apontar não ser compreendido. Por vezes leio meus próprios textos antigos, me surpreendo que lembro tê-los escrito apresentando clareza que não consigo por vezes ler. Peguei uma postagem feita a mais de 3 anos e tentei reescrevê-la, achei cansativo e deixei incompleta por enquanto. Quero fazer com que o autor contribua ao meu texto atual, ao reinventar o seu texto quero também transportar um pouco de sua imaturidade, ganhar maturidade também tornou-me um pouco incapacidade de compreender coisas que eu dizia - minha realidade é outra, não é a mesma - não o compreendo mas lembro que ele se sentia diferente de como me sinto, é nisso que ele pode contribuir.
15 fevereiro 2011
TDAH
Ontem fui buscar meu primo de 9 anos na escola, mesma escola que estudei e que me é ao mesmo tempo tão estranha, meu primo portava um livro chamado "Mundo da lua" e achei legal ele ler porque "No mundo da lua" era um programa que pertenceu a minha infância. Perguntei se ele estava gostando, se divertindo com o personagem homônimo, suas aventuras em que até o avô participava, e me respondeu que não chegado a nada assim, peguei o livro e constatei que seria impossível, pois não era o que eu pensava, tratava-se de um livro sobre TDAH.
Personagem como Lucas, em Mundo da Lua da TV Cultura, e Menino Maluquinho, do Ziraldo, são praticamente combatidos pelo que se entende por TDAH, uma verdadeira contradição contemporânea. O especialista no livro em questão, em entrevista a Marília Gabriela, afirmou que desde o século 18 existem relatos indicando a existência do transtorno, mas não diz como que pessoas viviam com este transtorno, talvez porque a maior preocupação do especialista esteja em torno de legitimar os tratamentos contemporâneos. A intervenção mediocamentosa é a principal forma de tratamento, medicando uma forma de existir, adequando comportamentos. Estranha contradição de nossa sociedade pregar o respeito pelas diferenças e, ao mesmo tempo, dar sentido para algumas diferenças como doença. Aceitar o status de doença é uma forma intessante de livrar-se do peso de existir, pela doença não se tem responsabilidade e apenas é possível sofrer seu mal, o diagnóstico indica a possibilidade de viver sem culpa uma incapacidade.
A Ritalina, que usada para amenizar o TDAH, recebe como apelido "a droga da obediência" e chega a ser irônico, "A Droga da Obediência" é o nome de um livro escrito por Pedro Bandeira, que era muito comum recomendada a leitura na própria escola. Demais irônico que hoje ao invés do livro a escola recomenda a própria droga, assim como pais que leram o livro aceitam médicos a prescrevendo, e crianças aprendem com o TDAH que tem exemplos na vida em que superação não existe.
Em suma, quando ouço alguém legitimando o TDAH e da Ritalina não consigo deixar de lembrar da música Another Brick in the Wall de Pink Floyd. Abaixo encontram-se o clipe desta música e uma matéria da Globo News sobre o assunto.
Personagem como Lucas, em Mundo da Lua da TV Cultura, e Menino Maluquinho, do Ziraldo, são praticamente combatidos pelo que se entende por TDAH, uma verdadeira contradição contemporânea. O especialista no livro em questão, em entrevista a Marília Gabriela, afirmou que desde o século 18 existem relatos indicando a existência do transtorno, mas não diz como que pessoas viviam com este transtorno, talvez porque a maior preocupação do especialista esteja em torno de legitimar os tratamentos contemporâneos. A intervenção mediocamentosa é a principal forma de tratamento, medicando uma forma de existir, adequando comportamentos. Estranha contradição de nossa sociedade pregar o respeito pelas diferenças e, ao mesmo tempo, dar sentido para algumas diferenças como doença. Aceitar o status de doença é uma forma intessante de livrar-se do peso de existir, pela doença não se tem responsabilidade e apenas é possível sofrer seu mal, o diagnóstico indica a possibilidade de viver sem culpa uma incapacidade.
A Ritalina, que usada para amenizar o TDAH, recebe como apelido "a droga da obediência" e chega a ser irônico, "A Droga da Obediência" é o nome de um livro escrito por Pedro Bandeira, que era muito comum recomendada a leitura na própria escola. Demais irônico que hoje ao invés do livro a escola recomenda a própria droga, assim como pais que leram o livro aceitam médicos a prescrevendo, e crianças aprendem com o TDAH que tem exemplos na vida em que superação não existe.
Em suma, quando ouço alguém legitimando o TDAH e da Ritalina não consigo deixar de lembrar da música Another Brick in the Wall de Pink Floyd. Abaixo encontram-se o clipe desta música e uma matéria da Globo News sobre o assunto.
14 fevereiro 2011
Decepções
Algumas coisas na vida são de fácil superação, outras arrancam de modo tão forte crenças que em uma vida inteira construimos de modo a mesma crença não fazer sentido.
Foi o que pensei após pedir um acarajé caprichado na pimenta: pimenta fraquíssima e a baiana ainda disse para tomar cuidado que estava quente... deu vontade de comer comida mexicana.
Foi o que pensei após pedir um acarajé caprichado na pimenta: pimenta fraquíssima e a baiana ainda disse para tomar cuidado que estava quente... deu vontade de comer comida mexicana.
13 fevereiro 2011
Amor
Qual sua orientação de amor? Eros? Philia? Ahava? Ágape? outra exterior a da cultura judaico-cristã ocidental? Fala-se de amor o tempo todo, até mesmo fala-se de amor cortês do ponto de vista do amor romântico. Sustentar este sentimento chamado amor é no entanto o desafio, um desafio que se deixa cair pelo discurso. Afirmar o amor não é vivenciar a história de outros e sim vivenciar sua própria história: sem receita e sem forma.
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