30 março 2008

Gostos

Todas as vezes que um homem sai do cinema, não sabe exatamente o que sentiu, e pensa o que fez ele gostar ou não gostar do filme... suas impressões são assim, sempre a julgar conforme seus gostos pessoais aquilo passa por seus olhos, que toca aos seus ouvidos, que sente em sua pele... mas diabos aquilo tinha com ele? Ele nunca se pergunta isso e talvez porque a resposta seria "-Nada!".
Quase sempre solitária é a impressão que temos? Possível que sim! Mas traduzimos elas para que se pareça uma sensata opinião... mas também deve ser difícil dizer as coisas conforme aconteceram, não traduzí-las aos nossos gostos pessoais que são também nossas experiências e espectativas.
Lembro da tentativa de amar, que quando eu tento me frustro. Tão dura é essa tristeza que parece distante o que quero daquilo que posso, principalmente quando assumimos em dizer palavras como "-Mas eu consigo!". Irônico é que tantas coisas dêem certo quando nos voltamos a outro querer, que nos surpreendemos em pesado ser aquilo que antes com tanta certeza diziamos "-Mas eu consigo!", logo quando já nos esquecemos que tais palavras nos foi proferido.

Vivemos em um mundo mágico, variadas distrações estão a nossa volta, reduzimos elas a algumas que achamos boas, e muitas vezes sem nem mesmo saber o que outros elementos ao nosso redor nos daria se com nossa permissão chegassem e tocassem-nos.

Vivemos a eternidade que não existe, escondemos a verdade que a vida não é para sempre para longe de nossos olhos e ouvidos. Amanhã pode sempre ser um bom dia para uma atitude que me dará felicidade, hoje nos voltamos a planejar para que tudo aconteça da forma idealizada. Preciso estar com alguém para ser feliz, dividir responsabilidades de mim mesmo que nunca assumi inteiramente. Preciso ser feliz, aquela felicidade que todas pessoas almejam mas sempre reclamam que ainda não alcançaram... mas que diabos estou dizendo! É tudo tão fantasioso, tudo tão fácil de dizer, tudo tão pouco meu... talvez possamos viver sim algumas destas coisas, mas não como se elas não exigissem de nós um pouco de atitude com a vida que mais surpreendente.

Pessoas sorriem com facilidade, algumas vezes penso que deve ser difícil um mundo onde aquela tristeza por todos desconhecida não pode aparecer, tanto por nao ser compreensível e por também não ser direito sentimento de tristeza onde parece todos sentir felicidade. Dá a pensar quanto somos pouco intímos das pessoas, só dividimos o que sabemos será reconhecido felicidade... vivemos quase inteiramente sozinhos.

Um comentário:

nessa. ॐ disse...

Rspondendo seu comentario: Sim, o que importa é continuar escrevendo, mesmo que sejam coisas aparentemente banais ou superficiais ou insuficientes! :)

Adorei seu post... vivemos a eternidade que nao existe e perdemos (alias, talvez nao seja perda), mas usamos nosso tempo fazendo planos que podem nem mesmo ter a chance de acontecer - fora as vezes em que nós mesmos desistimos deles em um segundo seguinte.
Pura fantasia. Imaginamos milhares de hipoteses, muitas vezes sem sentido e conscientes de que nao possuem sentido. Mas gostamos dessa viagem. Talvez o imaginario seja mais real do que a propria realidade externa a nós, talvez nos tenha mais significado, nos deixe mais felizes, atenda mais aos nossos desejos.
Sonhar para fugir da melancolia que ocultados do mundo algumas vezes. Faz bem. E por isso as pessoas sorriem, tambem faz bem. Mas o que ha alem é mesmo sempre muito a mais, inalcançavelmente a mais. E só quem tem acesso é a propria pessoa submersa em seus pensamentos, se é que tem esse acesso.
Sim, vivemos quase inteiramente sozinhos. E talvez gostemos disso..
;*