Todas as vezes que um homem sai do cinema, não sabe exatamente o que sentiu, e pensa o que fez ele gostar ou não gostar do filme... suas impressões são assim, sempre a julgar conforme seus gostos pessoais aquilo passa por seus olhos, que toca aos seus ouvidos, que sente em sua pele... mas diabos aquilo tinha com ele? Ele nunca se pergunta isso e talvez porque a resposta seria "-Nada!".
Quase sempre solitária é a impressão que temos? Possível que sim! Mas traduzimos elas para que se pareça uma sensata opinião... mas também deve ser difícil dizer as coisas conforme aconteceram, não traduzí-las aos nossos gostos pessoais que são também nossas experiências e espectativas.
Lembro da tentativa de amar, que quando eu tento me frustro. Tão dura é essa tristeza que parece distante o que quero daquilo que posso, principalmente quando assumimos em dizer palavras como "-Mas eu consigo!". Irônico é que tantas coisas dêem certo quando nos voltamos a outro querer, que nos surpreendemos em pesado ser aquilo que antes com tanta certeza diziamos "-Mas eu consigo!", logo quando já nos esquecemos que tais palavras nos foi proferido.
Vivemos em um mundo mágico, variadas distrações estão a nossa volta, reduzimos elas a algumas que achamos boas, e muitas vezes sem nem mesmo saber o que outros elementos ao nosso redor nos daria se com nossa permissão chegassem e tocassem-nos.
Vivemos a eternidade que não existe, escondemos a verdade que a vida não é para sempre para longe de nossos olhos e ouvidos. Amanhã pode sempre ser um bom dia para uma atitude que me dará felicidade, hoje nos voltamos a planejar para que tudo aconteça da forma idealizada. Preciso estar com alguém para ser feliz, dividir responsabilidades de mim mesmo que nunca assumi inteiramente. Preciso ser feliz, aquela felicidade que todas pessoas almejam mas sempre reclamam que ainda não alcançaram... mas que diabos estou dizendo! É tudo tão fantasioso, tudo tão fácil de dizer, tudo tão pouco meu... talvez possamos viver sim algumas destas coisas, mas não como se elas não exigissem de nós um pouco de atitude com a vida que mais surpreendente.
Pessoas sorriem com facilidade, algumas vezes penso que deve ser difícil um mundo onde aquela tristeza por todos desconhecida não pode aparecer, tanto por nao ser compreensível e por também não ser direito sentimento de tristeza onde parece todos sentir felicidade. Dá a pensar quanto somos pouco intímos das pessoas, só dividimos o que sabemos será reconhecido felicidade... vivemos quase inteiramente sozinhos.
30 março 2008
09 março 2008
Temas do cotidiano III
Não tem um tema que é mais corrente que o amor, o outro tão vastamente falado seria a morte e assim como o amor é falado de modo vacilante e as vezes complementares. Na televisão a novela fala de amor verdadeiro, na música no rádio fala-se de amor verdadeiro, no cinema queremos assistir amor verdadeiro (será?)... fato é que ninguém conhece o verdadeiro amor, mas dele se fala como se óbvio para todos, que todo um dia o experimentaram ou ainda vão experimentar... a ironia são as lágrimas do dia-a-dia correntes no rosto de mulheres que hollywood teriam inveja da beleza, lágrimas que no Metrô molha o chão com algumas gotas que insuficiente para outras pessoas notarem ou apenas de afetarem com a cena tão solitária, mulheres que a beleza é superestimada merecidamente mas também um tanto subestimada como sendo um mero corpo...
A pressa é a arma virtuosa da solidão, solidão que não deveria ser ruim se fosse vivenciada com arte. Certo dia você ouve alguém dizer "- Porque nós já pegamos as mulheres mais gatas do curso de psicologia" e de que serve isso? Serve apenas para exemplificar o quanto o discurso amoroso é vacilante.
Beleza é um demônio que invoca talvez a tristeza de não ser vista primeiro como mulher, a qualidade do que é feminino é cada vez menos atrente aos falseados olhos que procuram colecionar belezas das quais depois poderá falar de modo genérico e sem resquícios de uma ou outra pessoa que mereça ser lembrada.
De certo modo fazer parte das "mulheres mais gatas" é saber que é admirada como mulher, mas isso não isenta da ironia - não se sabe quem a vê como mulher - e a solidão se presentifica. Mesmo com tanta gente admirando a beleza que é dito ela possuir, ainda assim, ela dificilmente poderá chamar a beleza que possui de eu.
A dona dos olhos tristes, no metrô, diz sempre ter se deixado enganar, que mesmo ela inicialmente achando que estava se envolvendo com uma pessoa interessante, no final, concluíra que nunca experimentou amor - eu ouço isso com o cuidado de não sorrir com o que me parece o possível primeiro passo dela ser mais responsável amorosamente - e apenas digo que se ela sente aquilo não deveria ficar presa a aquela tristeza, mas também que vivenciasse o quanto que necessitava a tristeza que sentia... vivenciar o luto que é a tristeza parece proíbido, devemos ser felizes mesmo quando não sentindo felicidade... novamente o cotidiano nos força a esquecer o que são os sentimentos de alguém que tenta ser chamar eu.
Nada mais solitário que sempre estar sozinho acompanhado de tantas pessoas, e cotidianamente é tão comum... pessoas são em grupo solitárias.
A pressa é a arma virtuosa da solidão, solidão que não deveria ser ruim se fosse vivenciada com arte. Certo dia você ouve alguém dizer "- Porque nós já pegamos as mulheres mais gatas do curso de psicologia" e de que serve isso? Serve apenas para exemplificar o quanto o discurso amoroso é vacilante.
Beleza é um demônio que invoca talvez a tristeza de não ser vista primeiro como mulher, a qualidade do que é feminino é cada vez menos atrente aos falseados olhos que procuram colecionar belezas das quais depois poderá falar de modo genérico e sem resquícios de uma ou outra pessoa que mereça ser lembrada.
De certo modo fazer parte das "mulheres mais gatas" é saber que é admirada como mulher, mas isso não isenta da ironia - não se sabe quem a vê como mulher - e a solidão se presentifica. Mesmo com tanta gente admirando a beleza que é dito ela possuir, ainda assim, ela dificilmente poderá chamar a beleza que possui de eu.
A dona dos olhos tristes, no metrô, diz sempre ter se deixado enganar, que mesmo ela inicialmente achando que estava se envolvendo com uma pessoa interessante, no final, concluíra que nunca experimentou amor - eu ouço isso com o cuidado de não sorrir com o que me parece o possível primeiro passo dela ser mais responsável amorosamente - e apenas digo que se ela sente aquilo não deveria ficar presa a aquela tristeza, mas também que vivenciasse o quanto que necessitava a tristeza que sentia... vivenciar o luto que é a tristeza parece proíbido, devemos ser felizes mesmo quando não sentindo felicidade... novamente o cotidiano nos força a esquecer o que são os sentimentos de alguém que tenta ser chamar eu.
Nada mais solitário que sempre estar sozinho acompanhado de tantas pessoas, e cotidianamente é tão comum... pessoas são em grupo solitárias.
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