10 dezembro 2006

Arte?

Pensando em escrever... vazio...
Nada aparece,
Senão o próprio nada.
Em escrita aparecem fragmentos,
O nada se torna algo,
Que sem descrição é criação...
Igual a outros vazios que escrevemos
E pensamos ser alguma coisa.
Considerado artístico é a criação,
Preenchimento daquilo antes nada
Mas que ao criador... declaração.
Sua loucura revelada,
Qual poucos compreenderão.
Naquele nada existe algo,
Uns chamarão beleza,
Outros execrarão
Poucos percebem a verdade:
O chamado artista conotando solidão.

28 novembro 2006

Transmutação

Quando olhei para mim mesmo algo estranho ocorreu, eu não era mais eu, aquele eu que seria para outros e para mim mesmo...foi ao mesmo tempo que vi os outros não serem mais ninguém, pois não espelhavam mais um exemplo de eu, algo que poderia tomar em alguma instância a mim mesmo...

Eu – múltiplo, eu – único, em coexistência por meio de acontecimento pela experiência, não mais por expectativas nem próprias nem de outros.

Bebo um gole de água, tem um gosto diferente da mesma água que a pouco tomei... e ainda assim não faz tanta diferença porque ela antes já devia ter esse gosto.Encerra-se o momento de perguntas e ter respostas, neste momento apenas percebo e me calo.

08 novembro 2006

Sonhos

Antes do pôr-do-sol desejo realizar meus sonhos, mas agora é hora de levantar e tentar lembrar com o que sonhei. Aos poucos percebo que sonhei tudo se desfazer, eu pergunto que importância isso tem... então deixo de lado os vestígios oníricos, pois ao que me lembre todos os dias meus sonhos são diferentes um do outro.
Sonhos são determinados? As vezes tenho uma estranha clareza que só os conheço quando estou cara-a-cara com tal objeto sonhado, que na verdade sonho na noite seguinte com o que não pude alcançar, seja por medo ou mesmo por considerar desejo uma coisa tão invariável. Não é assim o determinado passado a esclarecer objetivos... mudo no dia seguinte de forma que me distraio de valores preconcebidos e acontece o inesperado, mas um inesperado daquele tipo que nos conforta de tal modo que a fazer-nos deleitar em uma plácida alegria de realização, comparo com o passado e nele é assustador que aquele presente não existiria em meu pensamento, contraditoriamente investigo meu passado e deparo com o fato que foi ele a propiciar o encontro. Regras? Não parecem existir! Ou até existem, mas apenas em vontade de controlar ações, e pensando assim será certo eu realizar meus desejos até o pôr-do-sol? Apesar do dia claro não sei ainda se ficará nublado, se ficarei dentro de uma sala sem a noção do tempo, e aliás é necessário dizer que sempre gostei mais de olhar para a lua.
Embora haver sempre espaço ao questionamento “não pode ser na verdade o meu grande sonho somente viver sonhando?” prefiro acreditar que todo o passado e sonhos são uma coisa só... e com isso desejos potentes, sempre em transformação, mesmo em meio da repetição que nos parece.

06 outubro 2006

e se...

A confusão transcede certas pessoas de modo incrível, as vezes cenas se repetem como se fossem coisas novas e nunca antes ditas ao mesmo tempo com a desculpa de por ser em razão de algo antes sofrido... não importa!
Importa mais que desistir é nunca ter de fato se interessado sem ao menos tentar, e se não tentar não há de ter mágoas... esperar demais das pessoas é o que nos torna fantasmas, espíritos sem liberdade, presos sempre a um "se".
Ir além do "se", verificar que nada é senão o contato que temos delas pode ser uma experiência nova, mas para quem for apegado demais a sim mesmo e seu bem estar talvez seja melhor permanecer com suas desculpas de que teve um momento de engano...

01 julho 2006

Uma alma

Escrevendo palavras...
Não ouso escrever lágrimas!
Não é frieza ao sentimento,
Transcrevo discernimento.

Se hora a escrita contradiz
Não é ela quem me faz infeliz!
Porque é minha escolha...
Não há apenas uma quem me acolha.

Nem pergunto o quanto minto!
Pois nem mesmo sei o que sinto,
E pudera ser sucinto...


Me deixo na tristeza!
É essa minha beleza,
Meu método de sutileza...

23 junho 2006

Enlouquecendo*

Afastar algo tão presente,
Mas que tragédia...
Destrói, consome, mata!
Muito mais que o cigarro agora aceso.

A fotos tento não olhar,
E que bobagem...
Só tento me enganar!
E sem sentido tudo passa...

Exceto minha vontade, meus desejos,

Os sentimentos que enlouquecem!
Destes tenho que falar.

E apenas a uma pessoa,
Pessoa qual não posso mais enganar!
E como sou bobo...

*Escrito em 5 min ao olhar uma foto

15 junho 2006

Fotografia

Em um porta-retrato há uma foto antiga, mas tão estranha... coloquei tão recentemente e por isso não é bom na fotografia mexer para não manchá-la com marcas de dedos. O sentimento contido na fotografia bem que podia se apagar, mas porque ainda existe (acredito, mas não confio cegamente!) continua no porta-retrato.
Mas por que colocar uma fotografia que remete ao meu olhar uma mistura de angústia com afeição?
Não me causa ao olhar tal foto realmente a mesma mudança no rosto que outrora, nem um sorriso ou uma cara de bobo. Causa agora um pensar! De como foi bom experimentar aquela imagem vivida e também para me perguntar da existência de um futuro melhor. Hoje quero esquecer este presente... quero que haja um presente melhor... ou viver concretizando meus desejos ou tal sentimento mudar. Hoje eu prefiro a primeira opção (por mais que minhas ações não pareçam dizer assim), mas escolho (e é até irônica minha frase seguinte) as duas opções... escolho assim porque realmente não quero me machucar mais que posso agüentar...

20 maio 2006

Humanidade

A muito tempo ele era uma pessoa fria, sentimentos pensava possuir, bondade ele achava ter, emoção acreditava sentir, paixão não se permitia ter senão uma rara excessão.... sua voz tímida sabia sempre o que dizer ao questionado de "sua paixão", por sua eloqüência fez de muitos companheiros, bem como teve dele quem não gostasse; este último não importava por viver em uma realidade totalmente altruísta.
Acreditou durante muito tempo na bondade humana, mesmo somente por histórias épicas de livros as tê-las exemplificadas. Naquele contexto, tal "bondade humana" representava a própria humanidade se fazendo a existir conforme seu verdadeiro rosto, rosto inclusive nomeável! No entanto para sua própria sorte, e bendita ela foi, percebeu que os próprios anunciadores deste "verdadeiro" Homem eram os menos comprometidos com essa "bondade humana", essa bondade que considerava pelos livros que lia algo totalmente pura, impassívo de imperfeição...
Com tais mudanças aquela sua única excessão de paixão q se permitia se foi; isso depois de muito evitar para que não acontecesse, foi essa paixão arrebatada por Valquírias.
Chegou a conclusão que com seus 21 anos de idade, cujo idade muitos diriam "-Ah, está novo ainda! tem mto o q viver!", não havia nada vivido, nada... nada! Tinha que descobrir o que realmente envolvia o humano, como sê-lo, mas sem envolver-se muito com pessoas... seus próprios pais o ensinaram isso, "-Não se deve confiar em ninguém!" (...)
(...) um dia conheceu alguém que de certo modo ele reconhecia a tal "bondade humana" que ele não mais acreditava, passou a achar que sentia gostar desta pessoa, mas nunca demonstrou, mesmo tendo por 1,5 mês tentado namorar... frio, sério, metódico, de poucas palavras e poucas ações... talvez a sua ação mais sentimental e humana foi de resignar-se em dizer não ser capaz de ainda ser amável como a companheira merecia e pedir que ela seguisse sua vida sem ele. Ainda hoje ele busca diferenciar-se daquela figura inumana que foi, hoje ele inclusive se diz apaixonado. Seu olhos tem um brilho, seu rosto um sorriso estranho a esses que antes o conheciam, inclusive a felicidade daquela qual ele é apaixonado tenta multiplicar por seus gestos, palavras e permitindo-a liberdade... já havia ele esperimentado sutilezas de "humanidade", mas nunca havia se sentido como sendo tão humano como agora.
Talvez que antes achava haver algo que "é" humano e agora agora apenas se permite experimentar estar "sendo" humano...

04 maio 2006

???

Fazer?
Pensar e fazer?
Pensar, esperar o momento certo e então fazer?
Mas fazer o que? Tem alguma coisa definida? Encontramos algo novo e nossa incoerência com esse novo faz-nos inclusive pensar algo "Porquê?"
Esse "Porquê?" é de dúvida? Ou é uma afirmação? Afirmação como daquelas ditas perguntas em fim de aula, que na verdade o aluno pedante se utiliza... mas não, no caso desse "Porquê" não trata de ser pedante, trata quem sabe de um batismo, criação pela destruição não em sentido niilista da palavra, mas da reconstrução de si, ou mesmo da reestruturação de como pensar um outro...
(...)

24 abril 2006

Questionamentos

Passa o tempo, como feito para passar? quem sabe? Pergunte ao tempo a quanto tempo ele existe, pergunte a ele o que havia antes dele. Pergunta se ele sabe para onde vai, se seu fim o preocupa da alguma maneira.
Essas pergunta tem uma resposta? Talvez não uma que queiramos ouvir...

"Estas rosas sob a minha janela não fazem referência a rosas anteriores ou a rosas melhores; são pelo que são; existem hoje com Deus; é perfeita a cada momento de sua existência... mas o homem adia e recorda. Não é capaz de ser feliz e forte enquanto não viver com a natureza no presente, acima do tempo."

Que representamos? Vontades? Desejos? Potências? Vocações? Destinos... várias noções que ousam buscar uma finalidade... e quando chegar o q resta?