08 outubro 2007

Todas as mulheres do mundo

Sinopse: Esta envolvente comédia de costumes dirigida por Domingos Oliveira, mesmo realizador de Amores, relata a trajetória de Paulo (Paulo José), bon vivant que vive paquerando as belas mulheres da zona sul carioca. Mas este sedutor profissional acaba encontrando o amor ao cruzar com Maria Alice, jovem professora vivida por Leila Diniz. A narrativa é feita a partir de uma conversa entre Paulo e seu amigo Edu (Flávio Migliaccio). Por meio de flash-backs, Paulo conta sobre seu relacionamento com Maria Alice, desde que a conheceu numa festa de Natal, em seu apartamento. Ao ver a moça pela primeira vez, Paulo imediatamente se apaixona e faz de tudo para conquistá-la, apesar de ela estar acompanhada do noivo. Também enfrenta o conflito de desistir de todas as mulheres do mundo para viver com uma só. Mas não se arrepende: Maria Alice é uma mulher sensual, inteligente, alegre, sincera, carinhosa e ótima amante. O roteiro aborda os conflitos existentes, na década de 60, entre os velhos e novos papéis sociais femininos e masculinos. Grande sucesso de crítica e público, o filme é baseado no relacionamento de Domingos Oliveira e Leila Diniz, que por seu desempenho ganhou o Prêmio Air France de 1967.




Trata-se de um filme de 1967 e isso me faz sentir um pouco mais velho? Não... arte não é feita nunca exatamente para sua própria geração... mas nem é pela arte que me causa admiração esnte filme e sim porque diz respeito a uma coisa extremamente simples e ao mesmo tempo complicada de entender principalmente pelas mulheres, mas não somente por elas porque nós não sabemos também o porquê acontece de em algum momento desejarmos tanto uma mulher a ponto de nos abdicar de ter todas as mulheres para ter apenas uma e a essa voltar todo desejo que antes era para todas.

Mas não é qualquer uma que se compara a uma Leila Diniz...

02 outubro 2007

Noruega

"Minha realidade, este inverno, é feita de muitas coisas. Até isto: acordo de um cochilo. O avião aproxima-se de uma cidade. O sol se põe atrás de altas montanhas. Bem lá embaixo, as luzes se acendem em milhares de janelas e anúncios. Por um momento, não consigo lembrar para onde estou indo. As cidades se parecem tanto quanto os aviões que para elas me levam. É inquietante que o lugar para onde a pessoa vai tenha tão pouca importância. As mesmas mulheres e os mesmos homens estarão à espera junto às mesmas portas e exclamarão idênticas palavras de boas-vindas, quando me avistarem. Pessoas oferecendo flores e gentilezas, mas com uma pressa louca de me empurrarem para dentro de um carro e me levarem até algum hotel de luxo, no qual poderão abandonar-me e ir para casa, viver suas próprias vidas. Uma suíte com saleta e quarto, macias poltronas estofadas em seda, janelões que dão para uma piscina rodeada de palmeiras.
Champanha e gelo, com os cumprimentos da gerência. Flores e cestas de frutas. O pessoal da portaria curvando-se, ao entrar e sair com minha bagagem, minhas cartas e meus recados telefônicos. Sorrisos e gentilezas e toda a irrealidade de que se revestem.
Enquanto eu sorrio, entusiasticamente, e agradeço."
(Trecho do livro "Mutações" de Liv Ullmann)