"Quem és? Perguntei ao desejo.
Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada."
Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada."
Estou com saudades de ler Hilda Hilst e o modo que ela toma o desejo, falando dele como nenhum homem poderia dizer e como poucas mulheres tem a ousadia de assumir. Arriscaria a dizer muito mais, contudo Hilst se faz suficiente para dizer o que escreve quando lê-se sua obra.
"Aquele Outro não via minha muita amplidão
Nada LHE bastava.
Nem ígneas cantigas.
E agora vã, te pareço soberba, magnífica
E fodes como quem morre a última conquista
E ardes como desejei arder de santidade.
(E há luz na tua carne e tu palpitas.)
Ah, por que me vejo vasta e inflexível
Desejando um desejo vizinhante
De uma Fome irada e obsessiva?"
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