E nos dias de chuva que a solidão se apresenta dá-me um alívio estranho. Foge a sensação que é do calor do Rio de Janeiro, daquele que no outro lado da calçada visualizamos a estátua com pequenos movimentos a dançar mediada pelo vapor quente, que se encontra um amigo com quem em uma pequena mesa de bar tem lugar boas risadas e conversas estimulantes que ficarão na memória por muito tempo pelo companheirismo da boemia em comum. Foge esta sensação por não lembrar da mesma amizade em dia de chuva - água que por mais poluída seja não chegou ao ponto de corroer-nos e ainda assim limpa algumas das sujeiras dos dias quentes, como alguns sorrisos amarelos e quase lânguidos dos dias de sol – e me aparece a triste solidão não pela gripe do amigo doente e sim porque não sei onde moram, não me foi dado e convidado a seu endereço... sei sua marca de cerveja preferida, sei que detesta chocolate, mas não sei onde moram e nunca falei com pessoas que moram com ele e que teoricamente o conhecem meu amigo melhor que eu.
O meu alívio é que nos dias de chuva ele está com tanta pressa, evitando se molhar, que não cogita a possibilidade de parar para conversar, isso de nada faz falta, nem ao menos o telefone aumenta a freqüência de toques e muito menos toca a campainha de minha casa... aquela que meu endereço dei na ocasião da festa de aniversário que ninguém foi porque estava chovendo.
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