17 agosto 2007

Inocência

Os homens não nos entendem, eles dizem que nós somos difíceis de entender - e isso é uma verdade - mas se eles compreendessem esta afirmação que fazem de nós mulheres haveriam eles maior proximidade a nossa alma. Existe poesia em cada uma de nós mulheres, e poesia é inspiração, é contato com recriação de uma realidade imaginária ou existente mas modificada no encontro com cada palavra que escrita nos encadeamentos daquilo que chamamos de intimidade ou apenas do ansear proximidade do que nos parece belo.
Enquanto a um homem palavras são palavras mesmas em seu significado, para nós mulheres as palavras depedem de quem nos fala, dependem aquilo que sentimos, daquilo que queremos. Não existem formas já prontas... as palavras mais sujas podem nos ser as palavras mais belas que nenhum poeta em sua mais forte inspiração nos foi capaz de causar ardor, se forem proferidas tais palavras pela pessoa que nossas pernas tremem com o mais leve sussurrar e qual um beijo faz a consciência sumir deste mundo de penas levando a prazer cândido e perene. Aos homens também falta compreender que palavras bonitas serão apenas ouvidas se nos interessarmos, e certas vezes leva tempo para permitirmos ouvir- mais tempo que a maioria dos homens se permitem esperar.
Não preciso me alongar em dizer que não compreendo também os homens, pois eles desistem de nos cobiçar com a mais suave oportunidade que os aparecem de tocar o corpo de outra mulher. Como eles são capazes de não se questionarem? Se uma homem fosse escrever os sentimentos de uma mulher sua maior dificuldade talvez seria de não ser antiguado, quase parecendo meu bisavô, com a idéia por exemplo de uma mulher que almeja por quem a trate como única e que a faça sonhar acordada, suspirar. Ou simplesmente algo como alguém capaz de não envergonhar-se frente aos amigos em dizer "-É aquela quem me desperta a mais forte timidez, me faz sumir as palavras, mas que um dia farei meus lábios juntos ao dela, alguém que me fará esquecer o futebol com vocês!". A verdade é aquela que dita antes... não existe forma... mas queremos atitude, gostamos de quem sabe valorizar aquilo que quer, que luta por conseguir algo valioso de fato...
... e as reticências... elas são a melhor forma de denotar nós mulheres... pois não falam tudo...

por: A. O

14 agosto 2007

Toi et moi


Você e eu (França, 2006)

De Julie Lopez-Corval. Com Chantal Lauby, Eric Berger, Jonathan Zaccai, Julie Depardieu, Marion Cotillard. Comédia dramática, Romance em Cores. Duração 90’. Classificação etária livre.



Sinopse: Redatora de foto-novela para a revista "Você e eu", Ariane tende a escrever sua vida amorosa e a de sua irmã Lena, reinventando um pouco. No entanto, suas vidas não tem nada de novela: Ariane fica presa ao Farid que não se interessa por ela, e Lena está entediada com seu namorado, François.
Mas, se Ariane se entregasse ao amor de Pablo, o belo operário que trabalha no prédio? E se Lena se apaixonasse por Mark, o violinista prodígio que acaba de encontrar? Entre realidade e foto-novela, as duas irmãs encontrarão o grande amor?

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A primeira vista tem tudo para ser um filminho "água com açúcar", é um filme simples mas que também faz pensar nossas ingenuidades, nossas acomodações, e a força que uma simples decisão oferece-nos sortes inesperadas.
Até qual ponto vivenciamos não a vida mas a vontade de uma ficção, de uma novela? A vida não é técnica... "se você usa apenas técnica você faz pornografia..." - diz o personagem - "... mais que a técnica está a entrega...".
Entregar-se é talvez a maior dificuldade, dificuldade cotidiana seja nas desculpas que inventamos para não dar sinal de desejo, seja por achar que sabe o que quer, seja porque existe o medo...