17 junho 2007
Mulheres modernas
Nossos corpos, nossas vozes, nosso olhar, são mais perigosos aos homens que eles podem imaginar, pois cada item de nossa sedução exibe um quê de inocência e caridade, e porque não dizer de esperança? Podemos mentir ao mais feio dos homens, e por mais óbvia que seja a mentira ele preferirá acreditar em nossas palavras que no espelho que se vê todos os dias. A suavidade de nossa pele, seu leve calor e seu fresco aroma encontram-se na natureza apenas em nosso corpo e é em contato com este que seus corpos ardem em tentação, mas também em nosso direito de dizer não em nos tocar que eles se fazem o mais frágil, o mais pobre dos seres.
Temos poder! Podemos até ganhar menos que eles para o mesmo trabalho, mas sabemos que se for de nosso querer nem precisamos dividir as contas. Não precisamos experimentar o toque de um único homem na esperança de sê-lo aquele nosso ideal, afinal todos os homens querem apenas o sexo que podemos dá-los, seja pelo prazer do coito mas também o de falar aos amigos, e mal sabem eles como nós mulheres também conversamos este mesmo assunto e somos honestas em dizer se foi bom ou ruim e contamos isso em detalhes. Mas se há uma coisa onde reside nosso poder sobre os homens, este está em deixá-los completamente perdidos, sem conseguir imaginar o porquê de nossas atitudes e palavras, de fazer com que eles possam até quando certos estar errados, de os obrigar em fazer coisas que nunca pensariam em fazer se não fosse a necessidade de conseguir nossa atenção.
16 junho 2007
Bêbado
O planeta seguinte era habitado por um bêbado. Esta visita foi muito curta, mas mergulhou o principezinho numa profunda melancolia.
- Que fazes ai? perguntou ao bêbado, silenciosamente instalado diante de uma coleção de garrafas vazias e uma coleção de garrafas cheias.
- Eu bebo, respondeu o bêbado, com ar lúgubre.
- Por que é que bebes? perguntou-lhe o principezinho.
- Para esquecer, respondeu o beberrão.
- Esquecer o quê? indagou o principezinho, que já começava a sentir pena.
- Esquecer que eu tenho vergonha, confessou o bêbado, baixando a cabeça.
- Vergonha de quê? investigou o principezinho, que desejava socorrê-lo.
Vergonha de beber! concluiu o beberrão, encerrando-se definitivamente no seu silêncio.
E o principezinho foi-se embora, perplexo.
As pessoas grandes são decididamente muito bizarras, dizia de si para si, durante a viagem.
[Retirado do livro "O pequeno Príncipe" de Antoine de Saint-Exupéry]
15 junho 2007
Deu no Jornal
Gênero: Animação; Diretor: Yanko del Pino; Ano: 2005;
Duração: 3 min; Cor: Colorido; Bitola: vídeo; País: Brasil