Pego um cigarro, depois de meses nem lembrava mais do sabor, eu nem queria antes de ser oferecido e não subestimei minha vontade... a boca seca pede algo mais, compro uma cerveja e bebo. Existiam então dois sabores amargos e talvez estivesse eu amargo, um gosto doce poderia aliviar... ingenuidade... e registrada em fotografia...
Todos os dias sou desafiado a repetí-lo, desejo experimentar deste mesmo sabor, e um homem sensato se angustia pelas memórias de uma única noite que o deixa insano e perdido, substituindo dia após dia, como pode, aquele doce pelo amigo amargo.
Encena paixões, beija cópias platônicas e evitando o perigo fatal se estranha! Se fosse criança, talvez não fosse infantil, pois ao seu querer necessário, algo, aquilo que deseja não seria negado. Ironicamente às vezes se esquece, vai a busca de outros aromas, delicia-se em novidades casuais... mas fragmentos de lembrança pulsam extinguindo a passageira enganação, de satisfação com o temporário apetite, e como um gatilho qualquer a disparar se desperta, passa novamente a sonhar e sem saber qual é sua lucidez diz:
- Este homem, de quem digo, sou eu!?!?
A resposta é um silêncio que diz: - Vá!!!